terça-feira, 8 de setembro de 2009

O Sono da Humanidade

A existência cansa-me… Cansa-me ao ponto de querer dormir, ingressar num mundo de fantasia em que o ser não existe para além do próprio eu. Os seres que habitam esta Terra cansam-me… Cansa-me a sua petulância, as suas manias, o prazer que obtêm do infortúnio e o  sonho partilhado de serem maiores e melhores do que na realidade são. Cansam-me os seus risos histéricos e falsos, os seus olhares inquisidores e os trejeitos de imponência. Cansam-me os seus amores sem dores, as suas amizades sem amor, as suas faltas de transparência e as suas máscaras que encobrem o verdadeiro eu. Cansa-me que meçam o valor pelo ouro e que os seus espíritos se percam em coisas vãs e mundanas, em quem, como e onde, em materiais e imateriais sem importância. Cansa-me saber que também eu me estou a tornar corpo… Cansa-me perder o meu espírito no meio da multidão insípida. Cansa-me perder-me, pensar que me encontrei e voltar a perder-me sobre a influência do meio. Cansa-me ser um autómato nas mãos de uma humanidade que está constantemente a tentar reprogramar-me. Cansa-me ser o que não sou para que possa simplesmente existir. Cansa-me não me conhecer… Chega…Vou dormir!

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