quarta-feira, 6 de outubro de 2010

As Linhas do teu Rosto


Vou-me perder nas linhas duras do teu rosto
No contraste entre a firmeza e o delicado
Utilizar este jubilo na minha cara exposto
encontrar-me na certeza de estares ao meu lado

Vou-me perder nas linhas escuras do teu rosto
Depositar em cada um beijo fugidio e apressado
rejubilar com a luz que emanas no meu encosto
e no viril desejo de um abraço despojado

Vou-me perder nas linhas duras do teu rosto
descobrir na unicidade um reino encantado
e ao quebrar o mito do suposto pressuposto
vislumbrar ao longe um fado entrelaçado

Vou-me perder nas linhas escuras do teu rosto
Romper as trevas com o meu olhar enfatuado
Envolver-te num esplendoroso sol de agosto
e permanecermos num estado enfeitiçado

Vou-me perder nas linhas puras do teu rosto 
esquecer o mergulho nas lagrimas do passado
incendeia-se a alma sem mágoa ou desgosto
no vislumbre desse mordaz sorriso rasgado
o coração enraivecido reage ao fogo-posto
do que a razão manda ele faz o oposto
e auto-denomeia-se apaixonado

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Tudo ou Nada

Ás vezes o problema não é não ter, mas já ter tido…
Ás vezes pergunto-me se mais valia não ter tido tudo….
Se mais valia não saber que o que tenho agora é um quarto do que já foi…
Metades do que poderia ser…
Pequenezes que de tão reduzidas se tornam fugazes…
Ás vezes pergunto-me se encher-me de pequenos nadas satisfar-me-ia como um todo….
Se as partes é que fazem o todo ou o todo é maior que a soma das partes…
Ás vezes pergunto-me se a inocente ignorância é melhor que a insatisfeita erudição…
Se o viver e o saber podem ser apagados pela depressão de não ter….
Se me posso encher do que não é para esquecer o que já foi….
Por mais que eu tente, questione e reformule a resposta é sempre a mesma… Não!
Quando tens o tudo, não há partes que te encham, não há nadas que te embalem, não há  pequenezes que te completem…
Quando já tiveste tudo, é um tudo ou nada!



quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Lover Mine


All I had was you…
A feeling so deep it stings
And whatever life brings
We would keep tight as glue
To each other light 
To each other everything
and together we shown so bright
We pulled aside any disbelief
We were love's king and queen
No sadness, no pain, no grief
Nothing could come in between…
A peaceful but passionate co-existence
Only trembled by distance
which, in the end, was our doom…
So much it rocked, so much it shacked,
And every second we mistakenly cherished
And every second we painfully ached
Was nothing more than our tomb.
Naive I was to think forever
With you as my partner in crime
When all we had was a moment in time
Stil, whenever, wherever, whoever
shall not compare to you, lover mine
Always yours, always intertwined 
With all you taught, all you owned, all your soul
all of that which made me whole
all of you, all of that I keep in mind
when searching amongst mankind
for a person whose traits can equate
to you as  friend, lover and mate
Hush, lover mine! Unrivaled as I dread
Hush, lover mine! Evermore shall I await
Whatever lies ahead… I'd rather have you instead!




segunda-feira, 19 de julho de 2010

Sleep Sweet Child

Nothing to shield the dreaded dreams
And their sweet embrace in his sleep
The smile is shallow, the pain is deep
Failure the only light that gleams
Flickers of hope and joy taunting
With promises to erase all ache
With promises they should not make
Only fainted stars watching
At least until the dreamer's awake...
Such beautiful child, with it's goals and aims
Knowledgeable, pretty and sane
All goods and traits none will claim
And so the sparkle is gone, from within it dies
Human turned clone, "the others" he spies
Has been a while since he forgot his quest
And as he settles for second or third best
"Woulda-shoulda-coulda" roams his mind
And how life was never fair or kind
Not long until he slips into despair...
Go to sleep child! Life is the Nightmare!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Bloody Rambling

Sweet dreams in my sleep...
I cut your face, I'm in too deep
I draw lines and then I trace
Bloody words through my knife:
"That is life! That is life!"

Last joke! Last words!
Cut you deeper than swords
You're so witty! You're so smart!
Love and lust - tell them apart
Fail, try, it's all in vain
All that pride comes with pain
Come inside, I'll tear your brain
All I cried drove me insane!

Sweet sweet dreams, come in my sleep
I'm in too deep now, I'm in too deep
Pride's to keep, heart's to sweep
I'll never weep now, I'll never weep!

Opened eyes, my mind's awake
I'll veil my hate, I'll hide my rage
You're not that great, I turned the page!
Closed eyes, you're bait for ache
Bloody dreams I cannot cage

No room to slide, the cord's too thin
Our pride is too wide, no-one can win!
Excuses came late! I'm in a hurry
To bury this dagger in your skin
With blood I'll expiate your sin!

Sweet sweet dreams, come in my sleep
I'm in too deep now, I'm in too deep
I'm not that cheap and you're just a creep
I'll never weep now, I'll never weep!

I laugh through your suffering
You scream and weep and I... I sing!
I slice, I cut, I sever, I reap
While I dreamed I was redeemed!

And as the night starts to depart
I carve my teeth into your heart
Crimson flood, I swim in blood
Such violence! such torture! Such feast!
I'll kill the beast! I'll kill the beast!

Sweet bloody dreams, come in my sleep
I've cut too deep now, I'm in too deep
Pride's to keep, heart's to sweep
I'll never weep now, I'll never weep!

terça-feira, 11 de maio de 2010

Carpe Diem

Não és mais que uma forte brisa fresca no auge de um Verão ardente... momentaneamente refrescante, aprazível, confortante.
Não és mais que a esvoaçante folha dourada que anuncia a chegada do Outono... A fugaz recordação dos ciclos temporais em toda a sua gloriosa simplicidade.
Não és mais que o raio de sol que nos esquenta as faces pálidas no Inverno... A felicidade plena e incorpórea que foge por entre as nuvens tenebrosas.
Não és mais que o primeiro dente-de-leão primaveril a despontar nas verdejantes planícies... Simultaneamente uma praga e um sorriso.
Não és mais que um céu estrelado num horizonte citadino... Tão difícil de apanhar e tão fácil de perder.

És um momento único e fugidio...
És uma aparição que me distrai do insípido quotidiano...
És uma maré que me rouba da existência e me lembra de viver...
És um errado no instante certo...
És um "para sempre" condicionado ao agora...

Não és material de lendas... Nem guerreiro, nem herói...
Não apagas o meu fogo, nem destróis as minhas muralhas...

És um mito urbano, falacioso na sua essência mas que planta a incerteza...
és o excitante boato que morre no decorrer do tempo mas que permanece latente no inconsciente...

Tu não existes para além do hoje... Carpe Diem!

O Sr. Certo


"Enquanto não achas o Certo diverte-te com o Errado!"
Esta expressão é tão ridícula que chega a dar-me urticaria!
A vida é uma sequência ininterrupta de momentos, e todos esses momentos são propícios ao encontro de duas almas predestinadas à grandeza.
Se ocuparmos esses momentos com pessoas que claramente não pertencem na nossa vida estamos a desperdiçar momentos em que poderíamos encontrar o Certo.
No caso hipotético de irmos sair à noite, o dito Certo se encontrar no mesmo local, e nós estamos claramente ocupados com o Errado.. Aquele momento passou e adiamos mais uma vez o encontro.
No caso hipotético de recusarmos um cafezinho com os amigos para irmos ter com o Errado, e o Certo se encontrar nas imediações do tal café... é mais um momento adiado.
Quem quer encontrar o amor tem que estar livre para o receber...
Tem que estar disponível para perceber a potencialidade dos seres que cruzam o seu caminho.
Há quem erroneamente refute esta ideia afirmando ser possível estar com uma pessoa sem a guardar no coração, e desta forma estar disponível para quando o Certo se apresentar.
Tretas! O ser humano não foi concebido para encontros fugazes, nem curtes duradouras e irrelevantes... Levamos todos esses momentos connosco para onde quer que formos, quem quer que se apresente no nosso caminho.
Mesmo fisiologicamente, ao estarmos com uma pessoa de forma romântica o nosso corpo liberta endorfinas que nos fazem sentir bem, satisfeitos, pseudo-apaixonados. E ao termos essas endorfinas no nosso sistema quando o Certo aparecer as nossas hipóteses de o considerar uma "aposta válida" declinam consideravelmente.

Por isso, Libertem-se!
Libertem o vosso coração e o vosso corpo de amarras erróneas!

A não ser que não queiram encontrar o vosso Certo...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Poker Game

We don't live anymore... We survive!
We don't feel anymore... We play!
Our paths have transformed from living every exquisite moment for what it is to the constant analysis of each action's consequences.
Love is now nothing more than a game of cards that we all want to master perfectly.
Love is now like poker! With good hands, bad hands, strategy, bluff and a lot at stake.
I will not call so he misses me... Four of a kind!
I will not text him because he didn't too... High card!
I will not meet him so he knows I'm busy... Straight flush!
I will loose myself in this game and forget to be true to my heart's desires...Royal flush!

What most people don't realise is the best way to master the game of love is not to be a player... but to be the dealer!
I will give to those deserving the cards necessary for them to play... what they do with it it's their choice.
I will deal away my love and they will come back for more if they want to keep playing.
I will call him so he knows I miss him...
I will text him if I'm thinking of him...
I will meet him because I feel alive in his embrace...

This way you will not only survive the game, but you will be the most important part of it... You will live it!
This way you are not just a player, and you will feel each play as your own, because you dealt the cards!

Your life... Your game... Your heart!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Devolução

A tua calma de espirito é insultuosa...
A tua insolência é odiosa...
Arruinaste o que de bom em mim havia
Insultaste os verbos porque me regia
Deixaste apenas uma carcaça vazia
Carregas agora nos olhos maldade
e estremece nos lábios a vontade
de despertar a horrifica saudade
da tua teia de mentira e fantasia
Mas o recordar da nossa história
Só trás mágoa e rancor á memória
e lembranças vívidas de tortura

Revolve em mim tempestade!
Insurge-te contra a falsidade
desta vil e deplorável criatura

A ti volte o sofrimento provocado
que o tempo o devolva exarcebado
que sejas usado, violado e descartado
e eu dançarei então na tua sepultura.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Valquíria

Dizem-me para não esperar muito... Para levar as coisas com calma...
Se não esperar muito não me desiludo e, quando me derem algo, por mais ínfimo que seja, irei ficar positivamente maravilhada... Isto porque também não estava a espera de nada!
Teorias ridículas dos fracos de espírito!
Se não esperarmos muito contentamo-nos com a insignificância.
Falta-nos a ambição, falta-nos os sonhos que fazem a vida valer a pena, falta-nos aquele burburinho ansioso, falta-nos a confiança em nós próprios.
Se não esperarmos muito é porque temos uma imagem distorcida do que somos e do que merecemos.

Nesta vida eu sou guerreira! Luto pelo que quero... Sempre o fiz!
Sei o que sou! Sei o que mereço!
Sei o que sofri para estar aqui, as batalhas interiores e exteriores que travei para me transformar na mulher que sou!
Sei o que quero no meu futuro, conheço os meus sonhos de côr! Mas mais importante... sei o que não quero!

Eu não quero estar, eu quero ser!
EU não quero ser pronome, quero ser nome!
Eu não quero restos, quero a refeição!
Eu não quero o que me atiram, quero o que me dão com prazer!

Não me vou conformar com migalhas quando sei que posso ter a bolacha inteira... O pacote até!

Eu vou tornar minha missão esperar muito!
Vou construir sonhos ambiciosos em torno das minhas relações humanas!
Se não souberem corresponder às minhas altas expectativas, se não quiserem positivamente maravilhar-me dentro dos meu parâmetros pessoais, não merecem que lute pelos seus corações, nem que me entregue de corpo e alma.
Não merecem ter-me na sua vida!

Eu sou confiante demais para conformidades.
Eu sou forte demais para me anular.
Eu sou ambiciosa demais para não correr atrás dos meus sonhos.

E nada me vai abalar nesta cruzada!
Nem ventos distantes, nem ecos do passado, nem perspectivas tenebrosas...
Nem lágrimas, nem corações partidos, nem desígnios divinos...

Eu sou mais! Eu sou melhor!
sou lutadora! Sou fortaleza!

Eu sou Valquíria!

Beach House

At the beach house two lovers
Hiding underneath the covers
while the waves sing in harmony
they are filled with its melody
Drowning in kisses and sorrow
It is late, It is tomorrow
and Its not Fates desire
to be as they aspire....
And by Fate they must abide.

Yes, the night did hide
their body's plead resolution
But it's tomorrow, there's no solution!

Away they must part
and forever silence their heart...

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Crush

We were all once young and naive.
Ridiculous and pretentious enough to think nothing bad will ever happen and the universe will shower us with "sugar, spice and everything nice"!
Life just doesn't roll that way.
One day we're experimenting with happiness and joy and utter disbelief in evil when someone comes and crushes your dreams and your heart...
That's when you find out there's mischievious people lurking around, wicked souls ready to ambush you, vicious mortals whose lives are unsuspectingly dedicated to smash you into obliviousness.

Yes, they pray on the gullible and innocent, the ones not yet tainted... They are alluring, bewitching... they deceive, they dazzle, they cut deep!
When they are done and their true nature is finally revealed... You just bleed, and you bleed... years of internal uninterrupted and steady bleeding that won't stop at nothing...
No matter what you do... no matter what preposterous lies you tell yourself... you have been scarred!


Your inviting arms are now closed...
Your warm heart is now stone cold...
Your affectionate person turned suspicious...
Your trusting oppeness turned aprehensive...

Their words destroyed, their actions slaughtered! And you... well, you changed forever!

You have been scarred... and everyone around you, present and future, will suffer with you!
They will try to ease your pain, mend your heart, rebuild your dreams...
They will try to lessen your burden, show you the way, free you from a past of suffering...

Neverthless, it will be a battle...

Praise those who fight alongside you... Crush those who don't... Like they did you!

terça-feira, 30 de março de 2010

The Big Brother of Fate


I wanted it... For so long I wanted, I wished, I searched...
The universe then just slapped me around, laughed as if I was the main character in it's own private show....
The Big Brother of Fate!
As despair and desperateness numbed my soul, a sense of peaceful calm settled in my heart... and then I was free!
I was expeled from the show!
No more looking, no more wishing, no more searching! Free to just be...
Friends, family, sunsets, trips and night outs... I built my circle of oblivious bliss!

I didn't want it! I didn't want, nor wished nor searched...
The universe then just slapped me a bit more around, I swear I could hear it laugh...
The Big Brother of Fate again!
My veins felt awake, as if I was bleeding from within! Every cell trying to break free from my body, every inch aching...
The rush, the unsettledness, the butterflies, the clichés! It all came swirling back as if I was struck by lightning... And in a way I was!
I was suddendly reborn to a world I had long forgotten and denied!

Readmited on the show... I didn't even aplly!

My mind was aware of the consequences... Painful, atrocious, dreadful consequences!
My heart was aware of the consequences...Gratifying, rapturous, pleasurable consequences!
I caught myself torn... Good and evil, right and wrong, yes and no... The usual dichotomies reduced into mush!

In the past, I rellied on either reason or emotion... I couldn't anymore...
A whole new twist on the Big Brother of Fate!

Nothing makes sense... Everything is exciting, exhilarating, terrifying...Everything is anew!

I hadn't lost hope... I had discarded it! And it came crawling out of the trash, lodged itself under my skin...
All of me itching, craving, yearning for more, and more, and more of you!

It is tough to be on display at the Big Brother of Fate... But it's all worth it, since it led me to this moment!

It is all worth it, since it led me to you!

segunda-feira, 22 de março de 2010

Revive

It's a cry, It's a roar
arising within my core
I cannot secrete, I cannot hide
such a burst won't be denied
It's a need, It's an ache
keeping the veins awake
for the heart is at stake
It's a longing, It's an urge
for two paths to converge
and surrender to temptation

It is you, It is me
on our way to damnation

A Morte da Poesia

Morreu a poesia 
Na pena do poeta
Da lírica o atleta
Dos verbos a mestria
Do fado o sofredor
Morreu a poesia
Na pena do poeta
Definhou o amor
e a expressão indiscreta
da paixão, magia e dor


Extingue-se agora uma luz
Nesta era de escuridão
e este breu que nos seduz
Encarcera-nos na prisão
da ausência de emoção
do medo de morte
de termos a pouca sorte
de nos voar o coração

Morreu a alma do poeta
e, na sua pena, a poesia

segunda-feira, 15 de março de 2010

Broken Hearted

The world I’ve been wandering
Searching for the right face
For so long I’ve been running
That I’ve lost my trace
All those exquisite vultures I passed by
Whatever they did say
Or if they just wanted to try
They should have never crossed my way
They have exscinded my heart
They have scattered and ripped it apart
For a broken-hearted there’s no fate
Only a crumbling dream
Patched with hate
Going hopeless with the stream

You

You…
Drag my body through the streets of pain
Paralyse me with the mystery of your words
Capture me from the treats that I sustain
Rescue me from the black knights’ swords
Join me in my wonderland’s dream
Make it all go away
Make it all go with the stream
That appetizing mouth
What does she say?
And those mesmerizing eyes
How can they kill me everyday?
You…
Bury my soul in a casket of fantasy
Purge my restless past
Refuse me the Eden of intimacy
Adorn my pathetic misery
One never-ending moment
Forever ceased in my thought
The torment embodiment
For whom I’ve fought
You…
Sink my hopes with your prose
Share with me your lonely fate
Spoil me with that black single rose
A wave of indescribable sensations
To which I yield unwillingly
Hell’s perfect creations
Those traits that suit you amazingly
You…
Reborn in the flow of my blood
Judge my behaviour in your private trial
Pretend not to feel that breathless flood
Finish me up with a denial
Crying out for understanding
Roaring the skies for your smooth touch
To build up a love that is never-ending
You…
Restrain with scorn this fire
Challenge me with your witchcraft
Listen to my roar of desire
Ambiguity in your actions
Attraction for your secrecy
I long for your reactions
They just fill me with urgency

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Depressão

É o fogo em mim que se extinguiu e deu lugar á mágoa de um passado que partiu....

É a vida que se dissipa nos meandros da insanidade de quem perdeu a esperança na palavra felicidade...

É a alma macerada que entra em derrocada numa explosão de vazio que me enche de nada...

É o grito silencioso que ecoa na minha mente, cada vez mais furioso e cada vez mais presente...

São as lições no meu caminho que me enchem de cepticismo e me desviam para os trilhos do abismo...

É ver os dias perderem-se em frivolidade, minutos e horas com a ambição da inactividade...

É sermos expectadores passivos no nosso drama pessoal, de vermos planos e sonhos a ruir de forma gradual...

É querer construir, é querer amar, é querer ser verdade e não prespectivar qualquer oportunidade...

São as entediantes trivialidades do quotidiano, que me adormecem e transportam para outro plano...

O meu medo é que ela não saiba....

O meu medo é que ela não saiba...

Que ela vá ao encontro de Deus na ignorância que foi amada. E como eu a amo! Por ela fazia tudo! Por ela corria o mundo, por ela gastava até ao meu último cêntimo e ficava alegremente na penúria se isso significasse ela estar viva mais uns meses...

Aí vem ela! De olhos tristes mas eu sei que está a rir... Veio dizer-me “Olá!”, ver se está tudo bem e pedir mais um miminho.

Ainda a tenho comigo... Ainda tenho tempo para lhe mostrar o quanto a amo... Mais do que já mostrei todos os dias desde que a vi.

O meu medo é a de não a ter comigo, e perder a sua lembrança no infinito...

Por mais que a mente saiba que o seu fim está próximo, o coração revoltasse com a ideia de não a ter por perto, de nunca mais a ver, de nunca mais a abraçar...

O meu medo é que ela não saiba que a amo... mas de que outra forma poderei mostrar-lhe?

Dar-lhe de comer, levá-la a passear, dar-lhe todo o mimo e atenção quando estou com ela, mesmo quando chego de rastos a casa, mesmo quando não consigo estar de pé, sento-me ao seu lado e dou-lhe tudo de mim, e quando o peso da idade caiu sobre ela, os seus olhos, os seus pulmões, o seu coração e até as suas pernas já cansadas demais de uma vida, eu carrego-a ao colo, pelos quatro lances de escada que ela já não consegue subir.

Só gostava de lhe poder dar mais, mais de mim... Ela dá-me mais do que sabe!

Um simples olhar, ou aquela expressão de paz quando dorme, de lingua meio de fora, é o que basta para me aquecer por dentro, para apertar o meu coração e não querer sequer cair de casa.

Eu sei que Deus vai levá-la em breve... Que nada posso fazer para o impedir e que a vida é feita de chegadas e partidas... (Não consigo dizer a outra palavra, desculpem!)

Mas nada disso faz sentido! Não quando ainda tenho tanto para lhe dar, tanto amor, tanto carinho...

Só quero rogar aos céus por mais uns anos de vivência com a minha pequenina, e que ela os viva sem sofrer! Se não puder andar eu andarei por ela, se não puder ver, eu verei por ela, se não se conseguir aquecer eu mantenho-a quente.

Só não quero que ela sofra...

Só não quero viver sem ela...

Só não quero que ela parta sem saber que eu a amei por demais... Que dava uma parte de mim se preciso, se isso significasse uma boa vida para ela.

Se aquando da tua partida não souberes o quanto eu gostava de ti, que tudo o que fiz foi para te proteger, e se os designios divinos deixarem estas palavras chegar até ti, fica a saber que te amo, que te amei e que te amarei para sempre.

Para sempre o meu amor

Para sempre o meu coração

Para sempre a minha filha

Para sempre a minha Foxz!

Aí vem ela toda lambona, a pedir franguinho com o focinho...

domingo, 13 de dezembro de 2009

Será isto?

No amor...
Já fui tudo aquilo que podia ser...
Já dei tudo aquilo que poderia dar...
Já recebi tudo aquilo que podia receber...
Já vivi o grande amor da minha vida...
Já vivi a grande ilusão da minha existência...
Já chorei todas as lágrimas permitidas...
Agora tudo o que vier é por acréscimo.
Gostava de permanecer na ignorância.
Gostava de poder pensar que o amor não é só isto , mas a realidade é bem diferente da fantasia e no meu coração esgotou-se a magia e inocência necessária para perpetuar uma mentira.
Gostava de poder sonhar para além da experiência.
Gostava de poder acreditar em almas gémeas, mas se fossem gémeas tinham partilhado o mesmo útero.
Gostava de acreditar em princepes encantados mas os princepes encantados foram todos para as Cinderelas, Brancas de Neve e Belas Adormecidas desta vida.
Gostava de acreditar que a minha espera não era mera fidelidade a uma ilusão.
Gostava que houvesse mais do que um grande amor por cabeça.
Desejo com todas as forças acreditar que não é só isto... que há mais! Que toda a dor que o destino me fez sentir foi para me preparar para algo tão grande que não cabia no meu coração e eu ainda não possuia as competências necessárias para lidar com isso.
Acredito que tenha sido uma preparação mas uma preparação para AGORA, para este momento! Para saber aceitar que o “para sempre” existe nos contos de fada e no amor só se tem direito uma vez na vida.
Esgotei a minha chance...
Repudio os acréscimos...
Quero algo mais, algo maior!
Mas entre o querer e o poder vai um mundo de distância....

Poeta

Páginas e páginas dedicadas
À fantasia do amor
Páginas e páginas escrevinhadas
Com pedaços da minha dor
Páginas e páginas envolvidas
Em história, côr e magia
Páginas e páginas concentradas
Na volatilidade da alegria
Quantas vezes eu não pensei
Ter encontrado quem me ama
Quantas vezes não constatei
Que só me deixaram na lama
Quantas vezes não sonhei
Que era o homem da minha vida
Quantas vezes não verifiquei
Que apenas lhe tapei uma ferida.
Mas ser assim é ser poeta
Uma explosão pouco discreta
De sentimentos exacerbados
Pelos objectos desejados
Mas ser poeta é ser assim
Dedicar-se à arte de sentir
A tinta da caneta a fluir
Marcando o principio do fim
Mas ser assim é ser poeta
Alguém que no papel projecta
As emoções intangíveis
Os seus medos mais temíveis.

Anatomia do Beijo


Húmido, molhado, desejado
Pulsam as veias de tensão
Acelera o compasso da paixão
Aproximam-se os corpos despojados
De todo a roupa, pudor e prudência
Estendem-se os braços em clarividência
Dançam enroscados os namorados
Drenando nos seus beijos a saudade
Esquecendo no êxtase a sanidade
Fluem rimas de amor eterno
Perdem o norte entre a magia
Expulsam gemidos de alegria

História de Amor

Naquele dia eu sorria
Alheia aos designios do fado
Que nos seus versos já previa
Aquela noite de céu estrelado
Naquele dia em que te conhecia
Já ansiava pelos teus braços
E comtemplei enquanto dormia
A singularidade dos teus traços
Viviamos na enganosa negação
Que apenas os outros ofusca
Mas impedia-a a atracção
De penetrar o nosso coração
Viviamos na insensata busca
Dos nossos olhares desejosos
Dos dialogos poderosos
Dos imaginários beijos gulosos
Toldava-nos o pensamento
Os silenciosos gemidos
Soltos pelo desejo
Envoltos neste sentimento
Fugiam-nos os sentidos
E o pudor do nosso beijo
Momentos de tensão
Segundos de êxtase e paixão
Quebraram o nosso segredo
Elevou-se o véu do medo
E Zéfiro levou-nos ao Céu
As flechas de Eros e Antero
Acertaram em cheio e sem receio
E em celebração do que é mais puro
Ouviram-se os sinos do clero
Mesmo que longe no futuro
És tudo, és o meu mundo
És aquilo que de mais profundo
Reside nos confins do meu ser
Dava tudo num segundo
Para nos meus braços te ter
És real, a minha verdade
A minha imortal felicidade

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Devaneios do Ser

Como ser sem ser o ser
que por vezes desconheço?
Como conhecer sem querer
retornar ao começo?
O que é o ser sem ser
aquilo que é passado?
O que é o ser sem ser
aquilo que lhe foi destinado?
O que é o ser sem ser
aquilo que é presente?
Porque o ser sem ser
é um espectro ausente,
Um vazio decorrente
de um fado renegado...
Este ser sem me conhecer...
Esta tristeza de não poder ser...
Este grito que germina na alma...
Este tornado a rodar e revolver
todo o meu corpo sem calma...
Esta cólera no meu peito a despontar
leva-me a querer fugir e largar
O que me prende no não ser
e simplesmente recomeçar!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Fugir

Para longe de ventos sibilantes
Para um daqueles locais distantes
Repletos de rajadas de harmonia

Para longe de oceanos repugnantes
Para um daqueles locais distantes
Lavados por marés em sinfonia

Para longe de incêndios ultrajantes
Para um daqueles locais distantes
Onde dançam labaredas de euforia

Para longe de montanhas inconstantes
Para um daqueles locais distantes
Com planícies lavradas de fantasia

Para longe de seres rastejantes
Atitudes cínicas e humilhantes
Que plantam na alma melancolia

terça-feira, 29 de setembro de 2009

O Passado Quer Ser Presente

Recuso-me a sustentar a tua teoria idiota de que podemos ter tudo sem o ter.
Recuso-me a sustentar a tua teoria idiota de que o amor é só para as horas vagas, e para aquelas em que precisamos de prazer.
Recuso-me a sustentar a tua teoria idiota de que a vida não requer romance, partilha ou sofrer.
Recuso-me a sustentar a tua teoria idiota do compromisso descomprometido e da protecção sem abrigo.
Recuso-me a sustentar a tua teoria idiota de que mais do que a aventura e o êxtase eu preciso é de um amigo.
Recuso-me a sustentar a tua teoria idiota de que só os teus termos porão fim ao sofrimento.
Recuso-me a sustentar a tua teoria idiota da liberdade incondicional ser a única a trazer alento.
Fizeste merda durante todos estes anos, admite! E a confiança na tua conjectura não mais persiste…
Fizeste merda durante todos estes anos, admite! E nem agora consegues ser fiel a transmitir o que sentes ou o que sentiste…
Fizeste merda durante todos estes anos, admite! E hoje apelas por meios duvidosos e indirectos ao meu macerado coração…
Fizeste merda durante todos estes anos, admite! E caminhas por estradas duvidosas e tortuosas para chegares ao meu perdão…
Olha para mim e grita! Grita ao mundo o que queres e o que não queres, os teus desejos e os teus anseios...
Olha para mim e grita! Grita ao mundo o que te dói e o que te magoa, o que te flagela e martiriza sem rodeios...
Olha para mim e grita! Grita tudo a alto e bom som para que EU te possa ouvir!
Não penses que as palavras voam com o vento…
Não penses que as pessoas a quem confias as tuas angústias têm o dever de me informar das tuas elações e considerações...
Não penses que eu sou vidente face ao teu tormento…
Não penses que por espalhares a tua alma ao mundo eu vou esquecer as tuas ridículas condições…
Só uma nova teoria trará o amor à lembrança…
Para seres êxtase terás que ser mudança…

Pulsações

Sentir as fortes pulsações
Que escondem a incerteza
Da união dos corações.
Rasgos da loucura do Verão
A interromper o frio Inverno.
Suspiros varrem o coração
Com promessas de suprimir
Este prolongado inferno.
Sentir as fortes pulsações
De quem nega o sentir
E esconde as emoções
Que não tardam a emergir.
É querer o alento da tua presença
É querer o teu toque fugaz
E saber do julgamento a sentença
É saber do vulcão irado e sem paz
Que desperta no espírito apreensivo
Que acorda ansioso e agressivo.
Sentir as fortes pulsações
Do desejo da mesma tortura
Das ridículas elações
Arrancadas de cada ternura.
É ser tua sem sequer querer
É seres meu sem sequer saber
É a expectativa incessante
É a dolorosa dúvida reinante
Em torno do querer, do ter e do ser.
Sentir as fortes pulsações
A mostrarem-se na pele ardente
Fruto da paixão veemente
Estimulada pelas tuas acções.
Sentir as fortes pulsações
Quando estás presente.
Sentir as fortes pulsações
Quando não estás presente.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Mudança

A vida é feita de pequenas ou grandes descobertas.
Quando crianças descobrimos que se nos erguermos e caminharmos podemos ter o acesso facilitado aos objectos que desejamos. Por consequência, o nosso corpo muda e adapta-se a uma vida vertical.
Descobrimos que se imitarmos as palavras proferidas pelos nossos progenitores, a comunicação torna-se mais eficiente e podemos dar-lhes a conhecer o nosso estado de espírito, gostos, dores e um infinito número de coisas. Assim, a nossa laringe desce de forma a deixar as cordas vocais mais disponíveis para a emissão de sons.
E, á medida que os anos passam, crescemos, quer mental quer fisicamente e a evolução ou cicatrizes são visíveis a olho nu.
Enquanto adultos, as mudanças face às descobertas, quer mundanas quer espirituais, não são tão perceptíveis.
Todos os dias aprendemos coisas novas, principalmente acerca de nós próprios. Há também alturas na nossa vida em que a mudança dentro de nós é tão palpável que definitivamente aquele ser que nos olha do espelho não é o mesmo, psicologicamente está diferente apesar do físico permanecer imutável.
Quando sentimos a nossa mente a desenvolver, o nosso espírito a evoluir, uma nova porta ou janela abrir numa sala que achávamos fechada, como mostrar ao mundo que estamos diferentes, mais livres, mais conhecedores de nós próprios?


quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Anatomia do Amor


Com a calma de um tornado, dou um passo em direcção ao infinito. Cada dia uma monção evitada pela persistência de uma doença chamada esperança no amor.
Os seus sintomas são meus companheiros de viagem – o êxtase do sistema nervoso, o furor do sistema cardíaco, a deliciosa náusea do sistema digestivo, o total desarme do sistema imunitário e as sinapses molhadas do sistema reprodutivo.
Esta é a parte favorável que nos provoca o júbilo e acentua a crença na concretização da doença.
No entanto, tal como outras doenças, a esperança tem sempre sintomas positivos antes de atingir o seu pico nefasto.
Este pico tem como principais características a paragem respiratória, a ruína e/ou compressão do sistema cardíaco, a secura ocular que provoca a incessante abertura das vias lacrimais. Também um aumento das sinapses cerebrais que levam à elaboração de causas tanto plausíveis como ridículas para o evento que provocou o despoletar da doença, ou do pico per se; assim como o colapso do sistema nervoso, um total desapego pelo sistema imunitário e, consoante o ataque, a fúria por preencher ou esvaziar o sistema digestivo.
Para tais sintomas desta doença seria de esperar que o indivíduo, cuja doença assolou, rapidamente tomasse as precauções necessárias para se livrar de tal surto.
Com um simples comprimido supressor das endorfinas que causam o malfadado amor, uma boa dose de razão e sapiência por IV, bem como um supositório-promessa de se “deixar disso” facilmente eliminava todas as consequências desta dolorosa doença e todos os sistemas humanos voltariam ao seu normal funcionamento.
Contudo, a esperança no amor é de tal forma assombrosa que pode tornar-se crónica e cíclica, como é o meu caso (se bem que ultimamente tenho sentido apenas o efeito do seu pior ciclo, e não há comprimido, IV ou supositório que me faça regressar ao estado normal de existência).
Permaneço, portanto, com a calma inconformada de quem já aceitou o seu destino e as implicações deste estado.
Sabendo que a cada passo caminho na direcção de um terramoto privado, que estremece e controla toda a razão e todo o meu ser; seguido, obviamente, por um dilúvio provocado essencialmente pela força das lágrimas que me assolam.
É fácil caminhar quando já sabemos o que nos espera… apesar de a esperança, que reside no âmago desta doença, não ser a de esperar por uma dor avassaladora, mas a de o amor resultar como nos contos de fada.
Como diria um qualquer sábio do séc. XX, “O príncipe encantado não existe. A Cinderela já o encontrou!”.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Fantasma Reincidente


Lá estás tu outra vez…
A tua voz a exigir de mim aquilo que eu não te quero dar.
O teu toque a obrigar-me a preencher a minha alma da tua memória.
O teu olhar a esvaziar-se de mentiras poderosas e verdades dolorosas.
Será que desta vez vai ser diferente e a distância apagou a lembrança do êxtase do teu beijo?
Será que desta vez o tempo curou a abertura feita pelo teu punhal que jazia ao abandono na piscina de sangue do meu peito?
Será que desta vez estou livre do teu feitiço para finalmente poder lançar os meus?
Lá estás tu outra vez a invadir o meu ser com a tua música desconcertante que entorpece os sentidos e desarma a razão.
Lá estás tu outra vez montado num corcel branco a roubar a paz adquirida na tua ausência.
Lá estás tu outra vez com promessas vazias de purgar o breu da minha noite, que por força da minha luta interior encontrasse já estrelada.
Lá estás tu outra vez a aproveitares as minhas carências e a tratá-las com a mestria de um ladrão de sepulturas.
Lá estás tu outra vez a dar-me o calor que eu preciso, mas ao retirá-lo quando eu reclamo o que seria meu por direito, a retirar-me o calor, o chão, o céu e o mundo.
Lá estás tu outra vez a deixar-me chafurdar na lama que ajudaste a criar com o pó do teu desprezo e as lágrimas da minha dor.
Lá estás tu outra vez a pilhares o meu corpo e a violar a minha alma, alheio ao facto de não seres bem-vindo.
Desta vez é diferente!
Purifiquei-me da tua presença no meu espírito através dos quilómetros que nos separaram, dos corpos que me ampararam, da força que me impelia na incessante procura de pacificação interior.
Já conheço as tuas manhas e artimanhas, as tuas armadilhas e subtilezas que me levaram vezes sem conta de volta à angústia da tua teia.
Conheço de cor essas palavras cheias de esperança e falsidade, esse tom inocente e provocatório que ensaia a tua voz, esse toque sem tocar, esse querer sem querer, que me levou outrora ao desespero.
Desta vez não! Desta vez não és mais do que um fantasma do que já foste. Uma ameaça do passado que voltou para me assombrar. E eu já não sou a criança que fui…. Eu não tenho medo de fantasmas!
Desta vez não! Desta vez a sapiência adquirida na dor e o conhecimento drenado das lágrimas estão fervorosamente em alerta e em acção permanente para prevenir que eu volte a cair na tentação do teu sorriso.

Não Mais


Não é desistir nem fugir
É estar completamente farta
Não é esconder nem sofrer
É estar absolutamente cansada
Procurar e apenas encontrar
O vislumbre do que poderia ser
É o que me deixa danada
É a ganância pela felicidade
Que me faz escorregar e cair
Numa mentira ou meia verdade
Que qualquer um proferir
Sim, talvez seja desistir
De ouvir sempre o mesmo fado
Cheio de tristeza e passado
Sim, talvez seja fugir
Do rio de lágrimas de percurso incerto
Que acompanha os meus passos de perto
Sim, talvez seja esconder
Numa vivência chata e confortável
Pois noutra seria certamente miserável
Sim, talvez seja sofrer
Dos desígnios de um destino
Com o qual eu não atino
Desalmada pelo amor e na penúria
Encontrarei abrigo na luxúria
Para as carências do corpo e coração
E, assim, evitarei a desilusão
Já não procuro por ti amor
Já não resides em mim paixão
Nunca me voltarás a encontrar dor!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Never Again

No time left to wait!
As the wind blows
It sweeps away all faith
Love turned into a corps
Surrounded by scavengers and crows
Still, those messages from fate
Come to me in Morse code
And I cannot understand
Those are dots I need to read
To avoid a life of bland,
Dull, insipid moments
Meanwhile, this bleed
Caused by all your torments
I learnt how to patch
But when it comes to healing
For that, love has no match
Meanwhile I’ll be denying
That everything I do
Is because I’m missing you
I’ve cried my last tear
I’ll held my head up high
Attitude will hide my fear
That for as hard as I try
I’ll never be dazzled and dazzling
I’ll never be excited and exciting
I’ll never have that feeling
I’ll never love again.

O Sono da Humanidade

A existência cansa-me… Cansa-me ao ponto de querer dormir, ingressar num mundo de fantasia em que o ser não existe para além do próprio eu. Os seres que habitam esta Terra cansam-me… Cansa-me a sua petulância, as suas manias, o prazer que obtêm do infortúnio e o  sonho partilhado de serem maiores e melhores do que na realidade são. Cansam-me os seus risos histéricos e falsos, os seus olhares inquisidores e os trejeitos de imponência. Cansam-me os seus amores sem dores, as suas amizades sem amor, as suas faltas de transparência e as suas máscaras que encobrem o verdadeiro eu. Cansa-me que meçam o valor pelo ouro e que os seus espíritos se percam em coisas vãs e mundanas, em quem, como e onde, em materiais e imateriais sem importância. Cansa-me saber que também eu me estou a tornar corpo… Cansa-me perder o meu espírito no meio da multidão insípida. Cansa-me perder-me, pensar que me encontrei e voltar a perder-me sobre a influência do meio. Cansa-me ser um autómato nas mãos de uma humanidade que está constantemente a tentar reprogramar-me. Cansa-me ser o que não sou para que possa simplesmente existir. Cansa-me não me conhecer… Chega…Vou dormir!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

What I need to be Free


It’s crazy how fate unfolds right in front of your eyes… What you didn’t understand a few months back in the past, or a few years, in a moment is crystal clear in your mind… All the pain and suffering in your heart is swept away by destiny’s action in your life. All the hurtful lies you told yourself to be bravely proud, the hurtful lies that hid those feelings of self scorn and pitiful love, are slowly turning into full grown truths. You can’t stop it! You can’t control it! You can’t change it! You can’t change the present as much as you can’t change the past… the future is rewritten at every step you take. My heart saw you as an adventure in my dull life of work and crazy nights in the same places. You were excitement, you were novelty, you were a challenge that for months I couldn’t let go. You were my sadistic reminder of my teenage years. You were my sadistic delight because nothing nor no one could fill the emptiness. Seconds, minutes, hours, days, months where I fooled myself into thinking you were no longer in my heart. Seconds, minutes, hours, days, months where I would let you use and abuse whatever little I had to give. And all I needed to let go was the same excitement, the same novelty, the same challenge you represented, to fill my heart and life with adventure. One month as passed since I last saw you. One month on the road, meeting new people, new places, new challenges, new fun and exciting dangers. One week has passed since I realized you no longer lived in me. I am empty of you… and I feel finally free!

Muitas vezes Obrigado!


Muitas vezes corremos para o fim quando ainda estamos no princípio. Muitas vezes estamos sedentos e não consideramos a hipótese de a água que bebemos estar envenenada. Muitas vezes não vemos a verdade por entre os véus que teimamos em colocar na nossa cabeça. Muitas vezes deixamos o orgulho tomar as rédeas da nossa carruagem. Muitas vezes perdemos a fé na nossa força e entregamo-la a um qualquer príncipe que nada tem de encantado. Muitas vezes pomos uma máscara brilhante para ocultar o breu que existe no nosso semblante. Muitas vezes deixamos o rio correr sem nos preocuparmos para onde vai. Muitas vezes desejamos o que não queremos, temos o que não precisamos e não damos valor àquilo que realmente nos mantêm a respirar. Muitas vezes esquecemo-nos que a nossa maior dádiva é sermos únicos, sermos nós próprios e termos força para vencer o mal, o bem e o que vier….. Obrigado a todos aqueles que me lembram que há um intermédio. Obrigado a todos aqueles que me mostram as melhores fontes para me saciar. Obrigado a todos aqueles que me levantam os véus para eu saber a verdade. Obrigado a todos aqueles que empurram o meu orgulho do comando e me dão as rédeas para eu liderar. Obrigado a todos aqueles que me ajudam a restituir a fé no destino e a tirá-la das mãos de príncipes erróneos. Obrigado a todos aqueles que conseguem ver para além da brilhante máscara e que me obrigam a afastar o breu do meu semblante. Obrigado a todos aqueles que tentam desviar o rio para percursos mais certos quando sentem o meu despreocupar. Obrigado a todos aqueles que me lembram do importante e me fazem reconhecer o que é insípido. Obrigado a todos aqueles que acreditam na minha força quando eu deixo de acreditar, que conhecem a singularidade do meu ser e de todas as formas possíveis utilizam a sua própria força para me erguer os braços quando eu deixo de lutar. Obrigado a todos aqueles que estão presentes nas muitas vezes que eu preciso!