terça-feira, 29 de setembro de 2009

O Passado Quer Ser Presente

Recuso-me a sustentar a tua teoria idiota de que podemos ter tudo sem o ter.
Recuso-me a sustentar a tua teoria idiota de que o amor é só para as horas vagas, e para aquelas em que precisamos de prazer.
Recuso-me a sustentar a tua teoria idiota de que a vida não requer romance, partilha ou sofrer.
Recuso-me a sustentar a tua teoria idiota do compromisso descomprometido e da protecção sem abrigo.
Recuso-me a sustentar a tua teoria idiota de que mais do que a aventura e o êxtase eu preciso é de um amigo.
Recuso-me a sustentar a tua teoria idiota de que só os teus termos porão fim ao sofrimento.
Recuso-me a sustentar a tua teoria idiota da liberdade incondicional ser a única a trazer alento.
Fizeste merda durante todos estes anos, admite! E a confiança na tua conjectura não mais persiste…
Fizeste merda durante todos estes anos, admite! E nem agora consegues ser fiel a transmitir o que sentes ou o que sentiste…
Fizeste merda durante todos estes anos, admite! E hoje apelas por meios duvidosos e indirectos ao meu macerado coração…
Fizeste merda durante todos estes anos, admite! E caminhas por estradas duvidosas e tortuosas para chegares ao meu perdão…
Olha para mim e grita! Grita ao mundo o que queres e o que não queres, os teus desejos e os teus anseios...
Olha para mim e grita! Grita ao mundo o que te dói e o que te magoa, o que te flagela e martiriza sem rodeios...
Olha para mim e grita! Grita tudo a alto e bom som para que EU te possa ouvir!
Não penses que as palavras voam com o vento…
Não penses que as pessoas a quem confias as tuas angústias têm o dever de me informar das tuas elações e considerações...
Não penses que eu sou vidente face ao teu tormento…
Não penses que por espalhares a tua alma ao mundo eu vou esquecer as tuas ridículas condições…
Só uma nova teoria trará o amor à lembrança…
Para seres êxtase terás que ser mudança…

Pulsações

Sentir as fortes pulsações
Que escondem a incerteza
Da união dos corações.
Rasgos da loucura do Verão
A interromper o frio Inverno.
Suspiros varrem o coração
Com promessas de suprimir
Este prolongado inferno.
Sentir as fortes pulsações
De quem nega o sentir
E esconde as emoções
Que não tardam a emergir.
É querer o alento da tua presença
É querer o teu toque fugaz
E saber do julgamento a sentença
É saber do vulcão irado e sem paz
Que desperta no espírito apreensivo
Que acorda ansioso e agressivo.
Sentir as fortes pulsações
Do desejo da mesma tortura
Das ridículas elações
Arrancadas de cada ternura.
É ser tua sem sequer querer
É seres meu sem sequer saber
É a expectativa incessante
É a dolorosa dúvida reinante
Em torno do querer, do ter e do ser.
Sentir as fortes pulsações
A mostrarem-se na pele ardente
Fruto da paixão veemente
Estimulada pelas tuas acções.
Sentir as fortes pulsações
Quando estás presente.
Sentir as fortes pulsações
Quando não estás presente.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Mudança

A vida é feita de pequenas ou grandes descobertas.
Quando crianças descobrimos que se nos erguermos e caminharmos podemos ter o acesso facilitado aos objectos que desejamos. Por consequência, o nosso corpo muda e adapta-se a uma vida vertical.
Descobrimos que se imitarmos as palavras proferidas pelos nossos progenitores, a comunicação torna-se mais eficiente e podemos dar-lhes a conhecer o nosso estado de espírito, gostos, dores e um infinito número de coisas. Assim, a nossa laringe desce de forma a deixar as cordas vocais mais disponíveis para a emissão de sons.
E, á medida que os anos passam, crescemos, quer mental quer fisicamente e a evolução ou cicatrizes são visíveis a olho nu.
Enquanto adultos, as mudanças face às descobertas, quer mundanas quer espirituais, não são tão perceptíveis.
Todos os dias aprendemos coisas novas, principalmente acerca de nós próprios. Há também alturas na nossa vida em que a mudança dentro de nós é tão palpável que definitivamente aquele ser que nos olha do espelho não é o mesmo, psicologicamente está diferente apesar do físico permanecer imutável.
Quando sentimos a nossa mente a desenvolver, o nosso espírito a evoluir, uma nova porta ou janela abrir numa sala que achávamos fechada, como mostrar ao mundo que estamos diferentes, mais livres, mais conhecedores de nós próprios?


quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Anatomia do Amor


Com a calma de um tornado, dou um passo em direcção ao infinito. Cada dia uma monção evitada pela persistência de uma doença chamada esperança no amor.
Os seus sintomas são meus companheiros de viagem – o êxtase do sistema nervoso, o furor do sistema cardíaco, a deliciosa náusea do sistema digestivo, o total desarme do sistema imunitário e as sinapses molhadas do sistema reprodutivo.
Esta é a parte favorável que nos provoca o júbilo e acentua a crença na concretização da doença.
No entanto, tal como outras doenças, a esperança tem sempre sintomas positivos antes de atingir o seu pico nefasto.
Este pico tem como principais características a paragem respiratória, a ruína e/ou compressão do sistema cardíaco, a secura ocular que provoca a incessante abertura das vias lacrimais. Também um aumento das sinapses cerebrais que levam à elaboração de causas tanto plausíveis como ridículas para o evento que provocou o despoletar da doença, ou do pico per se; assim como o colapso do sistema nervoso, um total desapego pelo sistema imunitário e, consoante o ataque, a fúria por preencher ou esvaziar o sistema digestivo.
Para tais sintomas desta doença seria de esperar que o indivíduo, cuja doença assolou, rapidamente tomasse as precauções necessárias para se livrar de tal surto.
Com um simples comprimido supressor das endorfinas que causam o malfadado amor, uma boa dose de razão e sapiência por IV, bem como um supositório-promessa de se “deixar disso” facilmente eliminava todas as consequências desta dolorosa doença e todos os sistemas humanos voltariam ao seu normal funcionamento.
Contudo, a esperança no amor é de tal forma assombrosa que pode tornar-se crónica e cíclica, como é o meu caso (se bem que ultimamente tenho sentido apenas o efeito do seu pior ciclo, e não há comprimido, IV ou supositório que me faça regressar ao estado normal de existência).
Permaneço, portanto, com a calma inconformada de quem já aceitou o seu destino e as implicações deste estado.
Sabendo que a cada passo caminho na direcção de um terramoto privado, que estremece e controla toda a razão e todo o meu ser; seguido, obviamente, por um dilúvio provocado essencialmente pela força das lágrimas que me assolam.
É fácil caminhar quando já sabemos o que nos espera… apesar de a esperança, que reside no âmago desta doença, não ser a de esperar por uma dor avassaladora, mas a de o amor resultar como nos contos de fada.
Como diria um qualquer sábio do séc. XX, “O príncipe encantado não existe. A Cinderela já o encontrou!”.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Fantasma Reincidente


Lá estás tu outra vez…
A tua voz a exigir de mim aquilo que eu não te quero dar.
O teu toque a obrigar-me a preencher a minha alma da tua memória.
O teu olhar a esvaziar-se de mentiras poderosas e verdades dolorosas.
Será que desta vez vai ser diferente e a distância apagou a lembrança do êxtase do teu beijo?
Será que desta vez o tempo curou a abertura feita pelo teu punhal que jazia ao abandono na piscina de sangue do meu peito?
Será que desta vez estou livre do teu feitiço para finalmente poder lançar os meus?
Lá estás tu outra vez a invadir o meu ser com a tua música desconcertante que entorpece os sentidos e desarma a razão.
Lá estás tu outra vez montado num corcel branco a roubar a paz adquirida na tua ausência.
Lá estás tu outra vez com promessas vazias de purgar o breu da minha noite, que por força da minha luta interior encontrasse já estrelada.
Lá estás tu outra vez a aproveitares as minhas carências e a tratá-las com a mestria de um ladrão de sepulturas.
Lá estás tu outra vez a dar-me o calor que eu preciso, mas ao retirá-lo quando eu reclamo o que seria meu por direito, a retirar-me o calor, o chão, o céu e o mundo.
Lá estás tu outra vez a deixar-me chafurdar na lama que ajudaste a criar com o pó do teu desprezo e as lágrimas da minha dor.
Lá estás tu outra vez a pilhares o meu corpo e a violar a minha alma, alheio ao facto de não seres bem-vindo.
Desta vez é diferente!
Purifiquei-me da tua presença no meu espírito através dos quilómetros que nos separaram, dos corpos que me ampararam, da força que me impelia na incessante procura de pacificação interior.
Já conheço as tuas manhas e artimanhas, as tuas armadilhas e subtilezas que me levaram vezes sem conta de volta à angústia da tua teia.
Conheço de cor essas palavras cheias de esperança e falsidade, esse tom inocente e provocatório que ensaia a tua voz, esse toque sem tocar, esse querer sem querer, que me levou outrora ao desespero.
Desta vez não! Desta vez não és mais do que um fantasma do que já foste. Uma ameaça do passado que voltou para me assombrar. E eu já não sou a criança que fui…. Eu não tenho medo de fantasmas!
Desta vez não! Desta vez a sapiência adquirida na dor e o conhecimento drenado das lágrimas estão fervorosamente em alerta e em acção permanente para prevenir que eu volte a cair na tentação do teu sorriso.

Não Mais


Não é desistir nem fugir
É estar completamente farta
Não é esconder nem sofrer
É estar absolutamente cansada
Procurar e apenas encontrar
O vislumbre do que poderia ser
É o que me deixa danada
É a ganância pela felicidade
Que me faz escorregar e cair
Numa mentira ou meia verdade
Que qualquer um proferir
Sim, talvez seja desistir
De ouvir sempre o mesmo fado
Cheio de tristeza e passado
Sim, talvez seja fugir
Do rio de lágrimas de percurso incerto
Que acompanha os meus passos de perto
Sim, talvez seja esconder
Numa vivência chata e confortável
Pois noutra seria certamente miserável
Sim, talvez seja sofrer
Dos desígnios de um destino
Com o qual eu não atino
Desalmada pelo amor e na penúria
Encontrarei abrigo na luxúria
Para as carências do corpo e coração
E, assim, evitarei a desilusão
Já não procuro por ti amor
Já não resides em mim paixão
Nunca me voltarás a encontrar dor!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Never Again

No time left to wait!
As the wind blows
It sweeps away all faith
Love turned into a corps
Surrounded by scavengers and crows
Still, those messages from fate
Come to me in Morse code
And I cannot understand
Those are dots I need to read
To avoid a life of bland,
Dull, insipid moments
Meanwhile, this bleed
Caused by all your torments
I learnt how to patch
But when it comes to healing
For that, love has no match
Meanwhile I’ll be denying
That everything I do
Is because I’m missing you
I’ve cried my last tear
I’ll held my head up high
Attitude will hide my fear
That for as hard as I try
I’ll never be dazzled and dazzling
I’ll never be excited and exciting
I’ll never have that feeling
I’ll never love again.

O Sono da Humanidade

A existência cansa-me… Cansa-me ao ponto de querer dormir, ingressar num mundo de fantasia em que o ser não existe para além do próprio eu. Os seres que habitam esta Terra cansam-me… Cansa-me a sua petulância, as suas manias, o prazer que obtêm do infortúnio e o  sonho partilhado de serem maiores e melhores do que na realidade são. Cansam-me os seus risos histéricos e falsos, os seus olhares inquisidores e os trejeitos de imponência. Cansam-me os seus amores sem dores, as suas amizades sem amor, as suas faltas de transparência e as suas máscaras que encobrem o verdadeiro eu. Cansa-me que meçam o valor pelo ouro e que os seus espíritos se percam em coisas vãs e mundanas, em quem, como e onde, em materiais e imateriais sem importância. Cansa-me saber que também eu me estou a tornar corpo… Cansa-me perder o meu espírito no meio da multidão insípida. Cansa-me perder-me, pensar que me encontrei e voltar a perder-me sobre a influência do meio. Cansa-me ser um autómato nas mãos de uma humanidade que está constantemente a tentar reprogramar-me. Cansa-me ser o que não sou para que possa simplesmente existir. Cansa-me não me conhecer… Chega…Vou dormir!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

What I need to be Free


It’s crazy how fate unfolds right in front of your eyes… What you didn’t understand a few months back in the past, or a few years, in a moment is crystal clear in your mind… All the pain and suffering in your heart is swept away by destiny’s action in your life. All the hurtful lies you told yourself to be bravely proud, the hurtful lies that hid those feelings of self scorn and pitiful love, are slowly turning into full grown truths. You can’t stop it! You can’t control it! You can’t change it! You can’t change the present as much as you can’t change the past… the future is rewritten at every step you take. My heart saw you as an adventure in my dull life of work and crazy nights in the same places. You were excitement, you were novelty, you were a challenge that for months I couldn’t let go. You were my sadistic reminder of my teenage years. You were my sadistic delight because nothing nor no one could fill the emptiness. Seconds, minutes, hours, days, months where I fooled myself into thinking you were no longer in my heart. Seconds, minutes, hours, days, months where I would let you use and abuse whatever little I had to give. And all I needed to let go was the same excitement, the same novelty, the same challenge you represented, to fill my heart and life with adventure. One month as passed since I last saw you. One month on the road, meeting new people, new places, new challenges, new fun and exciting dangers. One week has passed since I realized you no longer lived in me. I am empty of you… and I feel finally free!

Muitas vezes Obrigado!


Muitas vezes corremos para o fim quando ainda estamos no princípio. Muitas vezes estamos sedentos e não consideramos a hipótese de a água que bebemos estar envenenada. Muitas vezes não vemos a verdade por entre os véus que teimamos em colocar na nossa cabeça. Muitas vezes deixamos o orgulho tomar as rédeas da nossa carruagem. Muitas vezes perdemos a fé na nossa força e entregamo-la a um qualquer príncipe que nada tem de encantado. Muitas vezes pomos uma máscara brilhante para ocultar o breu que existe no nosso semblante. Muitas vezes deixamos o rio correr sem nos preocuparmos para onde vai. Muitas vezes desejamos o que não queremos, temos o que não precisamos e não damos valor àquilo que realmente nos mantêm a respirar. Muitas vezes esquecemo-nos que a nossa maior dádiva é sermos únicos, sermos nós próprios e termos força para vencer o mal, o bem e o que vier….. Obrigado a todos aqueles que me lembram que há um intermédio. Obrigado a todos aqueles que me mostram as melhores fontes para me saciar. Obrigado a todos aqueles que me levantam os véus para eu saber a verdade. Obrigado a todos aqueles que empurram o meu orgulho do comando e me dão as rédeas para eu liderar. Obrigado a todos aqueles que me ajudam a restituir a fé no destino e a tirá-la das mãos de príncipes erróneos. Obrigado a todos aqueles que conseguem ver para além da brilhante máscara e que me obrigam a afastar o breu do meu semblante. Obrigado a todos aqueles que tentam desviar o rio para percursos mais certos quando sentem o meu despreocupar. Obrigado a todos aqueles que me lembram do importante e me fazem reconhecer o que é insípido. Obrigado a todos aqueles que acreditam na minha força quando eu deixo de acreditar, que conhecem a singularidade do meu ser e de todas as formas possíveis utilizam a sua própria força para me erguer os braços quando eu deixo de lutar. Obrigado a todos aqueles que estão presentes nas muitas vezes que eu preciso!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Stranger in the Night

In the mist of a lonesome night, Mother Earth was rumbling beneath my feet, as if telling me that was a night I could not miss.
In the mist of a lonesome night I felt a Stranger watching me. I caught his eye, his deep soulful eyes. The kind of eyes that are eager to see the world, as if knowledge about something or someone, to him, was just a glance away.
I felt a shiver down my spine, and he looked away. The Stranger feared what he had seen, either was too much or too little for him.
In the mist of a lonesome night, I ignored the desire crawling beneath my skin… and I ignored Mother Earth’s constant warnings under my bare feet.
In the mist of a lonesome night I saw the Stranger smiling when he looked again at me… It was the kind of smile that can hold mischief and sweetness… like a child’s smile after an innocent prank.
In the mist of a lonesome night I half ignored the shivers and the crawling and the warnings. I danced and I danced oblivious to the fact that I wasn’t too little, I wasn’t too much, I was just right.
As I danced we got closer… As we danced words rolled and twirled in our tongues, of places we’ve been, things we’ve seen and other senseless things.
A silent moment in the crowd… It was just me and the Stranger.
A silent moment in which we had a silent talk that has taught us more about each other than a million of meaningless words.
A silent moment in which we learnt about the fire erupting in each others hearts.
A kiss… A kiss that turned that lonesome night in a night full of bliss.
On a blissful night I met a Stranger, that inhabits my fantasies.we kiss, we love, we dance, we play and we see the world together everytime I visit that secret garden inside my mind.
We can never let each other down, we can never lie or be dismissed.
Forever sweethearts in a garden of fantasy.