terça-feira, 11 de maio de 2010

Carpe Diem

Não és mais que uma forte brisa fresca no auge de um Verão ardente... momentaneamente refrescante, aprazível, confortante.
Não és mais que a esvoaçante folha dourada que anuncia a chegada do Outono... A fugaz recordação dos ciclos temporais em toda a sua gloriosa simplicidade.
Não és mais que o raio de sol que nos esquenta as faces pálidas no Inverno... A felicidade plena e incorpórea que foge por entre as nuvens tenebrosas.
Não és mais que o primeiro dente-de-leão primaveril a despontar nas verdejantes planícies... Simultaneamente uma praga e um sorriso.
Não és mais que um céu estrelado num horizonte citadino... Tão difícil de apanhar e tão fácil de perder.

És um momento único e fugidio...
És uma aparição que me distrai do insípido quotidiano...
És uma maré que me rouba da existência e me lembra de viver...
És um errado no instante certo...
És um "para sempre" condicionado ao agora...

Não és material de lendas... Nem guerreiro, nem herói...
Não apagas o meu fogo, nem destróis as minhas muralhas...

És um mito urbano, falacioso na sua essência mas que planta a incerteza...
és o excitante boato que morre no decorrer do tempo mas que permanece latente no inconsciente...

Tu não existes para além do hoje... Carpe Diem!

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