domingo, 13 de dezembro de 2009

Poeta

Páginas e páginas dedicadas
À fantasia do amor
Páginas e páginas escrevinhadas
Com pedaços da minha dor
Páginas e páginas envolvidas
Em história, côr e magia
Páginas e páginas concentradas
Na volatilidade da alegria
Quantas vezes eu não pensei
Ter encontrado quem me ama
Quantas vezes não constatei
Que só me deixaram na lama
Quantas vezes não sonhei
Que era o homem da minha vida
Quantas vezes não verifiquei
Que apenas lhe tapei uma ferida.
Mas ser assim é ser poeta
Uma explosão pouco discreta
De sentimentos exacerbados
Pelos objectos desejados
Mas ser poeta é ser assim
Dedicar-se à arte de sentir
A tinta da caneta a fluir
Marcando o principio do fim
Mas ser assim é ser poeta
Alguém que no papel projecta
As emoções intangíveis
Os seus medos mais temíveis.

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