Há dias em conversa com a Flipa discutiamos o porquê de ter escolhido ser
Vegan e não
Vegetariana. Para mim é incompreensível como é que alguém põe de parte a
carninha para se dedicar única e exclusivamente aos
vegetais e derivados. Não consigo compreender ainda mais quem põe carninha e derivados de parte e dedica-se somente a uma alimentação à base de vegetais. A Flipa explicou-me que para ela o vegetarianismo não estava sequer no baralho de escolha. Ser vegetariano é ser
cínico, é estar a apoiar a causa apenas a
50%, se ela se ia meter nisso teria que ser a 100%.
100% a apoiar a causa é ser vegan.
No amor é a mesma coisa, ou somos
vegans românticos, ou
vegetarianos românticos. Ou somos cínicos ao ponto de estarmos a 50% numa relação, a enganarmo-nos a nós próprios e à outra pessoa; ou arriscamos 100% por essa causa maior chamada
felicidade.
Podemos arriscar a
subnutrição amorosa, mas ao menos somos assolados pela paz de espírito de quem deu tudo por tudo, fez das tripas coração, e rejeitou a carne e derivados da vida para apoiar o amor e a
felicidade do próprio e do outro. Caso a subnutrição amorosa não ocorra, então aí é porque conseguimos conciliar todas as agruras da nossa escolha com todos os seus beneficios
físicos e psicológicos.
Se formos vegetarianos românticos vivemos apenas das
aparências. Daquilo que achamos que queremos e não do que queremos realmente. É porque não nos conhecemos o suficiente para adoptar um comportamento que vá de encontro aos nossos ideais, porque também não os conhecemos bem. Estamos
dependentes de modas, do conforto já conquistado... Por medo ou
comodismo não queremos arriscar nutrirmo-nos de um amor benéfico pois o benefício nunca é certo.